quarta-feira, 25 de abril de 2012

Comissão da Câmara discute desindustrialização


Fonte: CNI/CAL

A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) discutiu na tarde de ontem, 24/04, o
processo de desindustrialização, pelo qual vem passando o Brasil. Estiveram presentes à audiência pública Carlos Eduardo Fernandes Silveira, diretor do IPEA, Flavio Castelo Branco, representante da CNI e Tadeu Moraes, que representou a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos.

O foco dos debates teve como tema o retrocesso do crescimento industrial e o fato de a indústria
brasileira não ter acompanhado o crescimento de outros setores, em especial os setores ligados à
prestação de serviços intensivos em mão de obra.

Carlos Eduardo Fernandes, diretor do IPEA, um dos fatores que impulsionam a desindustrialização
nacional é o crescimento do consumo, principalmente de serviços em grande quantidade. Destacou
que “serviços são menos produtivos, porém geram mais empregos. Há um limite de produtos
industrializados consumidos e, a partir daí, com um aumento da renda há um aumento crescente
expressivo na utilização de serviços.

Outro argumento usado pelo representante do IPEA está ligado ao volume de bens importados em
relação ao que é consumido pela indústria local. Carlos Eduardo salientou que um quarto do consumo
interno é preenchido por importados e que a importação, principalmente da China, aumenta cerca de
dez por cento ao ano.

Em nome do sistema produtivo falou Flávio Castelo Branco, gerente-executivo da Unidade de Políticas
Econômicas da CNI. Para Flávio Castelo o PIB da indústria de transformação vem perdendo espaço na
economia e um fator que contribui para o agravamento desse cenário é a concorrência dos
importados.

Salientou que as exportações que vinham em crescimento continuo sofreram uma inversão a partir da
década passada. Isso desestimula o crescimento da produção. Ou seja, a indústria contribui menos
para o crescimento quando ela exporta menos do que importa.

O representante da CNI resumiu o panorama desenhado pelo processo de desindustrialização em
quatro pontos de destaque: a) a participação da indústria de transformação é alta, mas a produção
per capita é reduzida; b) a participação da indústria no PIB brasileiro é semelhante aos países já
industrializados, não aos emergentes; c) houve perda da importância do setor produtivo de uma forma
precoce; e d) mais incentivos votados para a competitividade e para aceleração do crescimento
industrial devem ser concedidos.

Por fim, Tadeu Moraes, representante da Confederação dos Metalúrgicos afirmou que
desindustrialização gera desemprego. Lembrou que a CNI já vinha há muito tempo na luta contra a
guerra dos portos. Mas, até então, não havia uma discussão sobre a política adotada pelos estados.
Ao final frisou que um dos melhores empregos é na indústria de transformação.

O Ministério da Fazenda e o Ministério da Indústria planejam realizar seminário, a ocorrer dia 22 de
maio, para continuar as explanações sobre o tema.

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